O Campeonato de Bocha Feminina da Cermoful Energia protagonizou um domingo marcado por emoção, integração e espírito esportivo que coroou a equipe Bar do Silva, de Rio Comprudente, como a grande campeã da 2ª Copa Cermoful de Bocha Feminina. A competição foi realizada nesse domingo (28), na Cancha do Betinho, em Morro da Fumaça.
A mesma equipe venceu a primeira edição da competição, em 2024. E na final deste ano o Bar do Silva superou as Amigas da Bocha, da Linha Barracão, garantindo o título e o prêmio de R$ 1.000,00, além de troféu e medalhas. O pódio foi completado pelas Comadres, da Linha Anta, que ficaram com o 3º lugar e R$ 500,00, e pelas Unidas pela Bocha, que conquistaram a 4ª colocação, recebendo R$ 250,00.
As premiações contemplaram também a torcida mais animada, vencendo a da equipe Apaexonadas. O título de Melhor Ponteira ficou com Terezinha Zanelatto, das Amigas da Bocha, que se destacou pela precisão em quadra.
Na categoria Melhor Russadora, a vencedora foi Eliane, da equipe Bar dos Silva, mostrando força e técnica decisiva. O reconhecimento de Melhor Técnico/Chamador foi para Jaime, representante do Rio Comprudente, fundamental na condução da estratégia da equipe campeã. E a revelação do campeonato foi a jovem Alice Figueiredo, da equipe Estrela da Bocha.
O torneio durou um dia inteiro, marcado pela presença numerosa da torcida, para prestigiar as equipes finalistas na cancha do Bar do Betinho. O clima foi de festa, integração e valorização do esporte comunitário.
Entre as histórias que marcaram a final da competição está a da aposentada Marli Bortolin Milak, que disputou a decisão com a certeza de que sua equipe já era vitoriosa. Ela contou que o convite para participar partiu do próprio presidente Rudy Recco, e que a ideia rapidamente conquistou as colegas do clube de mães.
“Quando ele falou, pensei: por que não? Juntei umas amigas, ninguém tinha jogado antes, mas fomos treinando, se concentrando, e conseguimos chegar à final. Para nós já é uma conquista enorme”, relatou, com entusiasmo.
Marli também comentou a sua percepção sobre a diferença que o torneio trouxe para a vida das famílias. “Normalmente, quando um homem vai jogar bocha no bar, a esposa fica em casa. Mas quando a mulher vai jogar, é diferente: a família inteira participa, vem torcer e transforma tudo em um grande encontro. Isso foi o mais especial”, completou.
A professora da Apae, Tainá Gonçalves, da equipe Apaexonadas, também viveu a emoção de estrear na bocha. “Entramos no campeonato para brincar, mas acabamos levando a sério e fomos avançando. Mesmo sem chegar à vitória, foi muito gratificante participar. Nos sentimos acolhidas e valorizadas, e isso marcou muito”, relatou.
O presidente Rudy Recco destacou que a competição reforça o espírito do cooperativismo. “Foi um dia de confraternização. A disputa não saiu de dentro da cancha. As mulheres vieram com torcidas, trouxeram a família e garantiram a integração deste evento que destaca a bocha, um esporte de tradição na nossa região, mas que na maioria das vezes é disputado por homens. Estamos fazendo história junto da comunidade”, afirmou.
Rudy pontuou que o torneio mostrou, além da força feminina no esporte, a capacidade de reunir gerações em torno da mesma paixão. “A energia da torcida garantiu a vibração durante todo o dia, coroando um campeonato marcado pela cooperação, pelo companheirismo e pela presença ativa da comunidade em um evento que veio para ficar na agenda de atividades da Cermoful”, garantiu ele.
A estudante Alice Figueiredo, de apenas dez anos, foi a grande surpresa da competição ao receber o título de atleta revelação.
Tudo começou por acaso. Alice acompanhava a avó, Dete Cavagnoli, em um dos treinos, quando uma integrante da equipe não pôde comparecer. Para não deixar o time desfalcado, a menina aceitou entrar em quadra – mesmo sem nunca ter jogado antes. “Quando me convidaram, eu disse que não sabia jogar, mas topei para não faltar ninguém no time. Eu perdi, mas não fiquei triste. Fiquei muito feliz por participar”, contou, radiante.
O desempenho chamou atenção pela garra e pela leveza de quem transformou uma experiência inesperada em aprendizado. Animada com a descoberta, Alice já faz planos ao lado da avó: “Nós vamos treinar para ser melhor ainda para o próximo desafio”, garantiu.
